Varandas. Um passeio pelas varandas


Nos dias quentes, não há nada melhor do que tomar uma brisa refrescante. Nas limitações das grandes cidades ou na vastidão das fazendas, sempre há motivo para criar um espaço de descanso, feito para cultivar plantas, colocar bancos e receber amigos sob o pôr do sol

Escritório no aconchego do lar


Em tempos onde trabalhar em casa é uma realidade, vale planejar um espaço sofisticado e prático para executar suas tarefas. Aproveite as dicas dessa dupla de arquitetas e comece a pensar no seu canto de trabalho.

eja para trabalhar o dia inteiro ou para dedicar apenas algumas horas a projetos pessoais, ter um escritório em casa é cada vez mais comum e necessário nas residências contemporâneas. Mas, ao mesmo tempo em que a idéia de trabalhar sem sair de casa parece cômoda, os cuidados com a decoração do ambiente e sua localização são essenciais para que as tarefas sejam realizadas em uma atmosfera adequada, bem-estruturada e confortável.

“A primeira questão é avaliar o local onde o home office será instalado e como ele fará parte da rotina diária da casa”, explicam as arquitetas Ana Cristina Tavares e Claudia Krakowiak, da KTA Arquitetura. “Se estiver instalado em um cômodo destinado exclusivamente a ele, o uso de portas de correr pode integrá-lo aos demais sempre que for desejado. Caso esteja em um ambiente multiuso, o que é muito comum atualmente, as soluções de mobiliário serão as responsáveis por deixá-lo funcional e organizado, sem invadir o espaço todo.”

Para os que utilizarão o escritório em tempo quase integral e planejam receber clientes, o ambiente deve estar posicionado em um local próximo ao acesso externo, para evitar a circulação pelas áreas internas da casa, mesmo as sociais. A utilização de móveis ou painéis – fazendo as vezes de divisórias – também é muito prática para delimitar e distinguir as áreas residenciais do escritório. Para quem não recebe clientes, é o hábito e o espaço disponível que determinam sua localização: junto à sala ou ao home theater, aproveitando um corredor ou otimizando um espaço no closet.

No escritório integrado ao home theater, as estantes com livros e o gaveteiro de madeira (KTA Arquitetura) demarcam o ambiente. “A solicitação do cliente era estar na mesa de trabalho e poder assistir à tevê ao mesmo tempo, ou pegar algum livro ou revista e se jogar no sofá (Coisas do Brasil) para ler”, contam Ana Cristina e Claudia. A cadeira ergonômica de couro preto, estilo diretor (Forma), confere masculinidade ao projeto. Três spots direcionados (La Lampe) garantem a iluminação do local, reforçada pela luz natural da janela, cuja persiana (Luxaflex, da Pillow’s Home Decorações) controla os excessos e evita reflexos na tela do laptop.

Repouso ecológico


A Biofuton é uma empresa brasileira que se dedica à confecção de móveis, colchões, futons, almofadas e rolos 100% ecológicos. Seguindo uma filosofia assente na sustentabilidade e no amor pelo meio ambiente, a Biofuton privilegia exclusivamente matérias-primas naturais e orgânicas.

Confeccionados à mão, sem recurso a espuma ou acrilon, os produtos da Biofuton contêm apenas algodão, látex e outras fibras naturais… para um repouso ecologicamente bonito.

Hotel para plantas: uma alternativa para quem vai viajar no carnaval


Rio de Janeiro - O carnaval está pertinho e já começa a agitar as ruas. Nesse período, muita gente vai cair na folia em outras cidades ou aproveita para fugir dos festejos num lugar bem escondido. Mas, quem tem plantas em casa, enfrenta um problema: o que fazer com elas? Deixar com os vizinhos, talvez? Ou lotar o vaso de água e confiar na sorte? Há uma alternativa melhor: algumas floriculturas e viveiros do Rio, São Paulo e Belo Horizonte oferecem serviço de hospedagem para plantas. Durante a estadia, as hóspedes são regadas e, as que precisam, são levadas para banhos de sol.

Os hotéis para plantas surgiram por causa dos bonsais, que exigem atenção especial. No Tropical Bonsai, localizado na Chácara Tropical, no Itanhangá, eles recebem mesmo tratamento vip. E o melhor: a diária custa modestos R$ 1. Durante o carnaval, conta o bonsaísta Edson Nascimento, o local chega a abrigar de 200 a 300 bonsais:

“Os bonsais precisam de sol e de rega diária. E, caso o cliente queira, podemos aproveitar a estadia da planta para realizar a poda de copa ou ainda a troca de terra, que é feita apenas uma vez por ano.”

No local, além do hotel, também funciona um ‘hospital’:
“As plantas doentes são avaliadas e recebem o tratamento indicado, que pode ser um adubo ou uma nova terra”, completa o especialista.

Um dos pioneiros no ramo, Márcio Azevedo, proprietário da Bonsai Kai, em São Paulo, já oferece estadia para essas árvores em miniatura há 15 anos.

“Esse serviço começou a ser oferecido a partir da necessidade dos clientes, que pediam para deixar suas plantas no viveiro enquanto viajavam. Hoje, nós hospedamos cerca de 300 plantas, dependendo do período. No carnaval, a procura pelo hotel aumenta bastante”, explica Márcio.

Também na Bonsai Kai, a diária custa apenas R$ 1, para bonsais de até três quilos. Durante a estadia, os vasos são regados e podados. Se alguma planta ficar doente, o biólogo envia um diagnóstico com orçamento ao dono por e-mail.

O serviço de hospedagem na Floricultura British, em Belo Horizonte, começou há três anos e por acidente. A florista Arlete Dutra, durante uma entrevista sobre como cuidar de plantas, brincou com a repórter ao dizer que, quem quisesse, poderia deixar as plantas para ela cuidar.

“No dia seguinte, já tinha uma pessoa com 30 vasos”, relembra a mineira.

A brincadeira virou um investimento. Hoje, seu hotel abriga plantas de pequeno e grande porte e ainda oferece serviço de hospital para as que precisam. Os preços variam de acordo com as necessidades de cada hóspede, sendo o preço mínimo da diária de R$ 5

Rústico-chique


A decoração é feita de detalhes, e a partir deles é que se percebem o estilo e o propósito de cada ambiente. Com o trio poltrona, tapete e almofada não é diferente. Basta trocar algumas peças e pronto, já criamos um clima novo naquele cantinho da casa. Quer saber como combinar corretamente esses elementos? Então fique de olho e encontre a opção que se encaixa no seu jeito

A natureza pede rusticidade, mas sem excessos, e marca com charme esta composição: junto à poltrona de fibra natural, o tapete escuro proporciona harmonia visual, enquanto a estampa cria um ambiente mais leve e descontraído. O assento da peça, em veludo, e a almofada de seda conferem elegância e trazem um toque delicado e suave.

Dicas para deixar os ambientes mais frescos no verão


Rio de Janeiro - No verão, os espaços com ar condicionado são os mais disputados. Mas esta não é a única solução para deixar os ambientes fechados mais fresquinhos. Algumas adaptações na decoração podem ajudar a mantê-los arejados na estação mais quente do ano. Arquitetos apostam no uso de tons neutros, pisos frios e cortinas térmicas. Além disso, o morador pode tomar algumas medidas para proteger os espaços do calorão desse período.

De acordo com o arquiteto Duda Porto, o mármore pode ser uma boa opção de piso para quem quer dar uma refrescada no ambiente. O material é fácil de limpar, durável e não absorve calor. Além disso, está sempre na moda.

Lâmpadas dicróicas devem ser evitadas. No lugar disso, a dica é usar iluminação indireta com lâmpadas fluorescentes super 83, que têm um tom amarelado, mas não esquentam. As cortinas das janelas que recebam maior incidência de sol devem estar fechadas durante o dia. Atualmente, há modelos de cortinas feitos com tecido térmico, que filtra raios ultravioletas. Nos estofados, no lugar de tecidos pesados, como veludo e lã, prefira os leves, como o algodão. Se possível, com cores claras.

“O ideal é ter uma ventilação cruzada. Se o imóvel tiver janelas que permitam que o ar circule, deixe-as abertas. O ambiente ficará arejado. E lembre-se que o ar quente sempre sobe: quanto mais altas forem essas passagens de ar, melhor”, acrescenta Duda Porto.

Tapetes felpudos são inimigos de quem sofre com o calor em casa. É bom retirá-los nesse período ou optar por modelos que não esquentem. O arquiteto Rômulo Castro sugere o uso de tapetes com lascas de bambu, que não carregam o ambiente.

As fontes de água também ajudam a refrescar o ambiente. Mas seria preciso algo grande para ter realmente um frescor significativo. De qualquer forma, ter o barulho de água corrente por perto dá a sensação de se estar próximo a uma praia ou cachoeira.

Quem não quiser comprar uma, pode juntar numa vasilha uma bomba de aquário e pedras de sua preferência e montar a sua.
Plantas nesse período também são bem-vindas. Aliás, criar um clima da natureza nessas horas é uma boa e refrescante opção. O morador pode fazer hortas em casa, quem sabe na cozinha, ou jardins de inverno. Tudo isso ajuda a criar um ambiente mais arejado.

Estruturas à mostra


Crua, pura, brutal. É assim uma arquitetura que investe em nudez diante dos olhos de quem busca a aparência essencial das coisas. Conheça três projetos que têm em comum uma provocativa intimidade, desnudando-se, por vezes, nas paredes, nos encanamentos ou nos pilares de sua força estrutural

O objetivo é trazer à tona uma geometria complexa, escondida no ofício de um arquiteto. Quem sabe essa seja uma maneira de recuperar o que é fundamental numa edificação, expondo aquilo que a sustenta e abriga todas as memórias de quem quer um hábitat sem muitas lapidações.

"A facilidade de se produzirem estruturas metálicas em grande escala e, posteriormente, o surgimento do concreto armado mudaram a forma de se pensar a arquitetura", explica o arquiteto Rodrigo Marcondes Ferraz, do escritório FGMF. Como muitos profissionais beberam da fonte modernista, é natural que o modo "brutalista" de construir tenha ainda tanta força.

Assim, ele ressalta o fato de os volumes e os espaços criados terem se tornado muito mais importantes do que os ornamentos. "No Brasil, um exemplo claro desse pensamento é a arquitetura da Escola Paulista Brutalista. Nela, as grandes estruturas de concreto em seu estado bruto, muitas vezes com formas de tábuas mal-acabadas, eram o principal elemento de conformação dos espaços", exemplifica.

Um tijolo aqui, outro lá

A limitação no orçamento para executar o projeto desenhado pelo arquiteto Antonio Carlos Barossi levou os profissionais do escritório FGMF a alternativas simples e mais baratas, não necessitando de revestimentos. "Toda a casa foi construída com o sistema de alvenaria com mais de 50 mil tijolos maciços na estrutura e no fechamento dela, que ficaram então aparentes", conta Rodrigo.

A dificuldade de embutir as instalações elétrica e hidráulica nas paredes estruturais fez que encanamentos fossem expostos. "Acho mais despojado. É uma estética que parece com a gente, além de ser mais fácil para trocar a fiação se necessário", conta a satisfeita moradora.