O objetivo é trazer à tona uma geometria complexa, escondida no ofício de um arquiteto. Quem sabe essa seja uma maneira de recuperar o que é fundamental numa edificação, expondo aquilo que a sustenta e abriga todas as memórias de quem quer um hábitat sem muitas lapidações.
"A facilidade de se produzirem estruturas metálicas em grande escala e, posteriormente, o surgimento do concreto armado mudaram a forma de se pensar a arquitetura", explica o arquiteto Rodrigo Marcondes Ferraz, do escritório FGMF. Como muitos profissionais beberam da fonte modernista, é natural que o modo "brutalista" de construir tenha ainda tanta força.
Assim, ele ressalta o fato de os volumes e os espaços criados terem se tornado muito mais importantes do que os ornamentos. "No Brasil, um exemplo claro desse pensamento é a arquitetura da Escola Paulista Brutalista. Nela, as grandes estruturas de concreto em seu estado bruto, muitas vezes com formas de tábuas mal-acabadas, eram o principal elemento de conformação dos espaços", exemplifica.
Um tijolo aqui, outro lá
A limitação no orçamento para executar o projeto desenhado pelo arquiteto Antonio Carlos Barossi levou os profissionais do escritório FGMF a alternativas simples e mais baratas, não necessitando de revestimentos. "Toda a casa foi construída com o sistema de alvenaria com mais de 50 mil tijolos maciços na estrutura e no fechamento dela, que ficaram então aparentes", conta Rodrigo.
A dificuldade de embutir as instalações elétrica e hidráulica nas paredes estruturais fez que encanamentos fossem expostos. "Acho mais despojado. É uma estética que parece com a gente, além de ser mais fácil para trocar a fiação se necessário", conta a satisfeita moradora.
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